Frequentemente somos encorajados a usarmos a força de vontade para realizar nossos objetivos, ou até mesmo quando vivemos situações de estado de desânimo e até mesmo depressivo.
Mas vejamos mais de perto e bem na literalidade da frase que une a força e a vontade, questiono: onde vamos encontrar isso em um indivíduo que se encontra sem forças de reagir e sem vontade de fazer?
Permita-me fazer uma analogia aqui. Imagine um caminhão desses que carrega toneladas. Ele está parado em um terreno relativamente plano e o câmbio na posição neutro, onde as rodas ficam livres, popularmente conhecido como ponto morto.
Você é motivado por seus amigos a arrastar esse caminhão usando uma corda muito resistente. Você aceita o desafio e posiciona-se na frente do veículo, aplica toda a força que possui para, aos poucos, perceber que as rodas começam um leve movimento.
À medida que coloca em movimento percebe que a carga se torna mais leve e fica mais fácil puxar, por causa da inércia. Você se acostuma e até esboça certa vibração quando se depara com uma lombada na pista. Isso faz com que você precise aplicar mais força para transpor a elevação. Mais uma vez está fácil, pois o caminhão em movimento se tornou leve e você comemora.
Porém o desafio se torna mais difícil quando encontra uma inclinação na pista, uma pequena subida que exige muito mais força e dedicação. Por vezes o veículo quase para mas você é perseverante e consegue vencer a elevação.
O desafio se torna exponencialmente perigoso quando, ao vencer a pequena subida, se depara com uma decida. O caminhão começa a ganhar velocidade e você não sabe como fazê-lo parar. A tensão aumenta e você já desesperado pensa em amarrar a corda na traseira do caminhão para tentar segurar de alguma forma.
Para seu alívio e segurança de todos, o terreno plana a diante faz com que o caminhão pare. Que sufoco.
Comparo isso com a força de vontade. Parece algo desafiador e que devemos aplicar para que cheguemos aos resultados que desejamos. Isso funciona por vezes, porém quanto mais você executa e o tempo passa, a fadiga e as sequelas começam aparecer.
Problemas de saúde dão sinais por conta do excessivo esforço diário em manter a motivação para segurar a peteca.
Por outro lado, voltemos à cena inicial em que o caminhão está parado em seu ponto de partida e você precisa levá-lo a seu destino. Então ao invés de lançar mão de uma corda, você abre a porta, entra, senta-se no banco do motorista, insere a chave, dá a partida e suavemente o veículo começa a andar.
Alguns metros à frente você alcança a lombada na pista, suavemente aciona os freios e após vencer a elevação, novamente acelera.
Quando chega na subida, reduz a marcha e pisa mais fundo no acelerador. O caminhão sobre sem dificuldades e alcança o topo da ladeira. Agora você percebe novamente a descida e usa todos os recursos mecânicos e eletrônicos do sistema de freios para manter o caminhão na pista e em segurança. Ao chegar em seu destino, desfrutando de uma viagem com ar condicionado na cabine, sorridente, desliga o motor e se dá por satisfeito com a missão cumprida.
Isso é o desejo da alma. De forma suave e leve você conduz sua vida aproveitando cada momento e realizando seus sonos, desejos e objetivos sem sofrimento ou angústia.
Quando permitimos que o desejo de nossa alma guie nossos sonhos, não há motivos para ficarmos angustiados, ansiosos ou apreensivo. Basta seguir nossa jornada desfrutando de todas as bençãos que o Criador nos oferece em todos os momentos.
Porém, assim como pilotar um caminhão exige que conheçamos o funcionamento da máquina, é preciso conhecer a nós mesmos para interpretarmos os desejos de nossa alma.
Isso só é possível quando olhamos para dentro de nós. Quando silenciamos os pensamentos e passamos a ouvir nossa intuição, aquilo que está no mais profundo do subconsciente esperando o momento para vir à tona e nos libertar para um mundo de dádivas e conquistas indescritíveis.